domingo, 13 de setembro de 2009

SAIA DESSE BLOG E VÁ LER UM LIVRO!



A radiocomunicação, como telégrafo sem fio, surge por volta de 1912. Em 1954, ocorre a primeira transmissão a cores na televisão. Chega ao Rio de Janeiro, em 1990, o primeiro aparelho de celular no Brasil. Na mesma década, surge uma ferramenta que logo depois se chamaria internet. Em outubro de 2001, a Apple lança a primeira geração de iPod, um tocador de áudio digital que, anos seguintes, ganharia novos irmãos – iTouch, iMac, iPhone.

Se pensarmos na forma e na velocidade com que as coisas surgem e fizermos um comparativo ao longo das décadas, perceberemos que o desenvolvimento tecnológico atingiu níveis exponenciais na última década. Novos aparelhos, sistemas, materiais e máquinas. High tech. A cada dia, surge um novo produto tecnológico e se salve quem puder acompanhar os lançamentos da indústria.

Mais do que isso, a comunicação se revolucionou. Tanto o meio quanto a mensagem – em todos os sentidos. Um scrap no Orkut pode não ter a abrangência de um tweet no Twitter, que pode não fazer sentido como uma mensagem no Facebook. A privacidade que só um SMS tem pode não ter o valor de uma carta correspondência, que pode ser inútil se não tiver a velocidade de um e-mail. Essa revolução nos meios mudou não só a forma das pessoas comunicarem como a maneira de elas pensarem esse processo. Os elementos do processo de comunicação assumem hoje papeis diversos – até inversos.

É nesse contexto em que se surge uma dúvida: os veículos de comunicação, que reinaram durante muitos séculos como mídias de massa, sobreviverão? Essa revolução na tecnologia e, por consequência, na comunicação exige uma nova postura das empresas de comunicação. As emissoras de rádio deverão produzir mais que um áudio que sai de um aparelho. As editoras deverão entender que jornais e revistas, sozinhos, são conteúdos insuficientes para satisfazer as necessidades de informação e entretenimento do consumidor moderno. As emissoras de televisão não poderão se limitar às imagens exibidas em telas.

A MTV, canal de televisão norte americano, presente em vários países no mundo, não só antecipou essa atitude defensiva em relação à revolução tecnológica, como se posiciona de forma irreverente como veículo de comunicação.

Há um alinhamento global que faz com que toda a comunicação e programação da MTV falem a mesma linguagem – a do jovem. “Informação direta e simples não exige explicação”, diz Sandra Jimenez, que trabalha na MTV Brasil com mídias sociais. Isso justifica, inclusive, as vinhetas de tom nonsense produzidos pela emissora. Na verdade, não existe frase que explique a mensagem. É como se a informação, em referência à teoria de Pierce sobre os signos, estivesse no plano de primeiridade, em que se exprimem apenas sensações e emoções.

http://www.youtube.com/watch?v=FDHIbtI6lcw&feature=related

De acordo com Jimenez, nunca se assistiu tanto à TV quanto hoje. A diferença da postura da MTV em relação às outras emissoras é que ela está ciente de que a TV é apenas uma das ferramentas a que as pessoas estão conectadas. Hoje é comum encontrar uma pessoa deitada no sofá, lendo uma revista, com a TV ligada no seriado, um celular ao lado do controle remoto e, no colo, um lap top conectado à internet. A indústria não que monopolizar a atenção dos consumidores, mas sim tornar seu produto parte integrante de sua rotina multimídia. É o conteúdo convergindo em plataformas múltiplas e distintas em que a pessoa esteja conectada. “É uma via de duas mãos”, resume Jimenez.

A revolução e a metamorfose estão não só na programação do canal e na identidade enquanto marca como nos próprios profissionais que fazem a MTV. Não é de se espantar que Sandra Jimenez, quem proferiu a palestra aos alunos na ESPM e que trabalha na MTV Brasil desde sua fundação, deixaria, duas semanas seguintes à palestra, o cargo na MTV e assumiria um outro emprego em uma empresa da mesma holding do canal de TV. É a prova de que a essência da MTV está até no processo de trabalho da emissora.

MTV é mais que um canal de televisão. É o site, que traz os top hits da música nacional e internacional. É o conteúdo mobile, que permite assistir à TV pelo celular. É o VMA ou VMB, eventos de música que, tradicionalmente, já fazem parte do calendário da música. É a revista, que já saiu de circulação. É o Fica Comigo, apresentado pela modelo Fernanda Lima, que há anos saiu da programação. É o programa 15 minutos, o mais curto da televisão brasileira. É a camiseta estampada com o logo, que vende nas lojas Zara em todo o mundo. MTV é mais que música. Envolve todo o conteúdo que interessa o jovem que gosta de música, do futebol à política, da amizade ao sexo. O canal, que revolucionou a história dos videoclipes e cuja programação se caracterizou por isso, não perdeu o sentido de existir quando o fenômeno YouTube tornou disponível gratuitamente e online milhões de videoclipes. O pensamento é simples: a programação é quem muda. E é esse direcionamento estratégico que garante o sucesso da MTV e a faz se destacar das outras emissoras de TV. MTV é o lugar onde a revolução nas mídias começa.

Talvez seja até incoerente falar da MTV em exatos 5.000 caracteres, como foi feito acima. Talvez a melhor abordagem seguiria o exemplo do Twitter: máximo de 140 caracteres. Melhor que discutir é dizer o que a MTV escreveria caso fosse autora desse texto: saia desse blog e vá ler um livro. Ou, se ela fosse um site, em vez de uma emissora, divulgaria esse site: http://dentyne.com/index.php?cat=ads&ad=print.


http://www.youtube.com/watch?v=uuGaqLT-gO4

O vídeo acima, Muto, tem características visuais e sonoras que se assemelham ao desenho gráfico da MTV - tanto pela adaptabilidade dos elementos com pelo ambiente em que estão inseridos.


http://www.youtube.com/watch?v=s0p8UhGRBJU

Assista à parte da palestra ministrada por Sandra Jimenez, da MTV Brasil, na ESPM-SP



MTV Brasil - Palestra de Sandra Jimenez

CSOS6B

Anna Lisa - Helen Elefant - Lígia Albert - Mateus David - Laura Paganini

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