Introdução Antes de mais nada, é preciso esclarecer rapidamente o significado de Mídia Customizada, conceito que é tendência no Brasil e no mundo, e que será extremamente útil para o conteúdo que vem a seguir. Mídia Customizada nada mais é do que a mídia desenvolvida por encomenda, como o próprio nome sugere. Foi exatamente assim que nasceu a Rádio Sul-América Trânsito, que foi tema da palestra dada por Felipe Bueno, no dia 24/08/2009, na faculdade ESPM.
Felipe Bueno é diretor geral da Rádio Sul-América. Ele tem 34 anos, é formado em História e Jornalismo e conta com uma vasta experiência trabalhando com rádio. Começou em 1995 como auxiliar de produção na Rádio Eldorado, onde ficou durante 10 anos. Nesse mesmo período, Felipe ainda trabalhou em paralelo na Rádio Kiss FM, quando ela havia acabado de ser lançada. Em 2005, assumiu o cargo de chefe de produção no grupo Bandeirantes. Foi cerca de 1 ano depois que surgiu a oportunidade de assumir o projeto Sul-América, que será detalhado adiante.
Como surgiu a Rádio Sul-América Trânsito?
Tudo começou com um briefing redigido na área de marketing da Sul-América, que foi destinado à agência MPM. O briefing contemplava dois itens muito importantes:
1) O objetivo da Sul-América em se consolidar no mercado de seguros para automóveis em São Paulo, até então dominado pela maior concorrente, a Porto Seguro.
2) E o desejo por uma campanha publicitária inovadora, que fugisse, por exemplo, dos anúncios convencionais que a empresa vinha fazendo em jornais. A Sul-América queria algo diferente: queria dar um presente para o cidadão de São Paulo.
Pode-se dizer que isso foi o suficiente para que a MPM tivesse um grande insight. A agência apresentou a proposta de desenvolver uma rádio da própria Sul-América, que seria inteiramente dedicada a dar boletins sobre o trânsito na capital paulista.
1) O objetivo da Sul-América em se consolidar no mercado de seguros para automóveis em São Paulo, até então dominado pela maior concorrente, a Porto Seguro.
2) E o desejo por uma campanha publicitária inovadora, que fugisse, por exemplo, dos anúncios convencionais que a empresa vinha fazendo em jornais. A Sul-América queria algo diferente: queria dar um presente para o cidadão de São Paulo.
Pode-se dizer que isso foi o suficiente para que a MPM tivesse um grande insight. A agência apresentou a proposta de desenvolver uma rádio da própria Sul-América, que seria inteiramente dedicada a dar boletins sobre o trânsito na capital paulista.
Era a idéia perfeita. Afinal, além de ser algo totalmente inovador e, diga-se de passagem, um ótimo presente para cidadão paulistano, ainda tinha tudo a ver com os serviços oferecidos pela empresa, no sentido de dar suporte aos motoristas da cidade.
Faltavam apenas duas coisas primordiais: a freqüência da emissora e alguém que desenvolvesse todo o conteúdo. Não era uma tarefa fácil.
O que não se sabia era que havia um projeto arquivado do grupo Bandeirantes com a mesma proposta: desenvolver uma rádio voltada para o trânsito caótico de São Paulo. Aparentemente, só faltava mesmo alguém que bancasse o projeto.
Daí em diante, bastou uma conversa de boteco para que um funcionário da Sul-América ficasse sabendo do projeto da BAND e resolvesse a equação.
Foi então que as duas empresas entraram em contato e traçaram a parceria que viabilizaria o objetivo mútuo. Era o ínicio da Rádio Sul-América Trânsito, que entrou no ar em 2007.
O palestrante Felipe Bueno recorda que, em meados de agosto de 2006, estava completando 1 ano de grupo Bandeirantes como chefe de produção quando foi designado a encabeçar o projeto Sul-América. Ele relatou aos alunos da ESPM que, durante a trivial reunião de pauta em que recebeu a função, foi informado que iria ter apenas 45 dias para cuidar de tudo, desde arrumar toda uma equipe de jornalistas até pensar em todo o conteúdo que a emissora teria, considerando que ela ficaria 24 horas no ar. Felipe aceitou o desafio e teve que trabalhar arduamente para alcançar sua meta.
A rádio funciona até hoje da seguinte maneira: quem cuida da administração é a BAND, que possui total autonomia editorial e ainda vende espaço publicitário, e quem financia é a Sul-América, que empresta o nome à emissora.
Desde que surgiu, o intuito da Rádio Sul-América Trânsito é reduzir o tempo de percurso dos motoristas de São Paulo informando sempre previamente quais rotas estão congestionadas. É, sem dúvida, uma ótima solução para o cidadão que dirige em uma cidade que já chegou a registrar 295Km de engarrafamento em véspera de feriado.
O interessante é que, para isso, a emissora conta com ampla participação dos próprios ouvintes, que podem participar “ao vivo” falando de assuntos relacionados ao trânsito, como acidentes que acabaram de ocorrer e caminhos alternativos.
Segundo Felipe Bueno, no ano de 2009 aumentaram ainda mais as chances da audiência interagir com a Rádio Sul-América Trânsito. Isso porque foi criado um Portal de Voz por meio do qual os ouvintes podem deixar recados e inclusive participar de salas de bate-papo com outras pessoas para trocar dicas sobre o trânsito. Bueno enfatizou que a criação desse mecanismo foi necessária por muitas vezes não ser possível atender a média de 3000 ligações diárias que a emissora recebe. Por conta disso também, além do Portal de Voz, ainda são disponibilizados serviços de SMS e e-mail como alternativa para o contato do ouvinte.
Outro assunto abordado pelo palestrante foi o fato curioso de que, apesar da rádio ser financiada pela Sul-América, cerca de 40% de sua receita vem de outros anunciantes. Entre eles estão empresas de autopeças, do mercado imobiliário e outras que possuem produtos / serviços que tem algum tipo de relação com cidade. Felipe apenas garantiu que nunca haverá anuncio de algum concorrente da Sul-América na emissora, bem como de qualquer empresa que esteja relacionada à concorrência.
Para se ter uma melhor noção dos resultados positivos que a rádio trouxe para a Sul-América e dar uma retomada no conteúdo que vimos até aqui, não deixem de dar um play no vídeo da palestra, que foi inteiramente filmada por nosso grupo e agora está disponível a seguir para vocês conferirem:
Para se ter uma melhor noção dos resultados positivos que a rádio trouxe para a Sul-América e dar uma retomada no conteúdo que vimos até aqui, não deixem de dar um play no vídeo da palestra, que foi inteiramente filmada por nosso grupo e agora está disponível a seguir para vocês conferirem:
PARTE 1:
PARTE 2:
FOTOS DA PALESTRA
Conclusão
Podemos concluir que temos um novo cenário se consolidando no meio rádio. Muitas pessoas podem simplesmente ignorar sua existência e escutar CDs, MP3s e DVDs. A questão é que agora algumas rádios são uma opção diferente para quem busca informação customizada e programação diferenciada.
Podemos concluir que temos um novo cenário se consolidando no meio rádio. Muitas pessoas podem simplesmente ignorar sua existência e escutar CDs, MP3s e DVDs. A questão é que agora algumas rádios são uma opção diferente para quem busca informação customizada e programação diferenciada.
Também devemos citar neste artigo os cases da Oi FM e Mitsubish FM que deram muito certo:
No caso da Oi FM, a programação é mais jovem e há muita informação a respeito de cinema, gastronomia e atualidades. Os apresentadores dos programas são personalidades conhecidas e ainda há muita interatividade com os clientes da Oi através de SMS. Eles podem ser notificados quando suas músicas favoritas estão tocando, podem receber o nome da música que está no ar no celular e ainda opinar sobre cada faixa para que a rádio selecione apenas o repertório que agrada a maioria. É uma idéia muito boa de relacionamento com ouvintes e, além disso, a programação é bem interessante.
No caso da Mitsubish FM a programação é um pouco mais clássica e os programas recebem nomes dos carros da marca. O perfil de ouvintes é totalmente diferente do caso anterior, sendo mais “experientes” e “vividos”.
O fato é que os profissionais da área de comunicação perceberam uma oportunidade de trabalhar outros ativos de marca. Nesse aspecto elas se tornam presentes no cotidiano dos consumidores, posicionando seus produtos e a marca institucional.
Concluímos que há espaço para muitas empresas apresentarem soluções para os ouvintes atendendo suas demandas por serviços customizados e interativos. O rádio, assim como jornal e revistas, ainda tem muito tempo para buscar soluções que o mantenha atualizado e presente na vida de muitos consumidores. Já vimos o que tem dado certo até o momento e fica o convite para vocês pensarem em possíveis propostas e iniciativas que combinem criatividade e interação, e ainda despertem o interesse das pessoas.
Um grande abraço à todos.
Grupo 1 (CSOS6B)
Alex
Christopher Mathi
Felipe Santiago
Ivan
Rodrigo Gordim
Um grande abraço à todos.
Grupo 1 (CSOS6B)
Alex
Christopher Mathi
Felipe Santiago
Ivan
Rodrigo Gordim
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