quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Consumidor Conectado

Boa Tarde a todos! O Grupo 3 da sala CSOS6-E desenvolveu este texto com base nos conceitos apresentados pelo palestrante José Reinaldo Riscal, no dia 16 de Setembro de 2009. O tema central da palestra é o comportamento dos consumidores em um mundo onde há menos tempo e mais opções de acesso à informação. Esse cenário possibilita a adoção do celular como meio de “ficar por dentro” das novidades, através da oferta multimídia que o aparelho fornece. Vídeos, internet e televisão portátil que permitem aos usuários se atualizar e repassar informações de qualquer localidade que seja. Além do texto, serão incluídas fotografias e vídeos da palestra.

O Palestrante

José Reinaldo Riscal é estatístico por formação. Graduou-se na Universidade de São Paulo. À época, ainda alimentava o desejo de se tornar engenheiro, porém cursou a sua segundo opção, a de Estatística, na faculdade. Trabalhou como metalúrgico na Ford durante três anos e também como freelancer na Datafolha, após a conclusão de seu curso. Adquiriu o diploma de pós-graduado em Pesquisa, pela ESPM e hoje em dia é gerente de atendimento no Grupo Nielsen.



A Nielsen

A Nielsen é uma organização prestadora de serviços na área de pesquisa. Além da coleta de dados, fornece também análises de mercado e serviços de consultoria às empresas que a procuram. Está presente em mais de 100 países, mantendo a sede mundial na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Dentre os serviços prestados pela Nielsen do Brasil, destacam-se as Pesquisas de Varejo, usada para auxiliar na medição de vendas, avaliar o posicionamento do produto no ponto-de-venda e o desempenho das ações de merchandising da indústria. Há também as análises Ad Hoc, que investiga, principalmente, a atitude do consumidor em termos de lealdade à marca.

A Palestra

Percebe-se, no cenário atual, o imediatismo que toma conta da vida das pessoas. A chamada “Era do Mais” oferece mais tecnologia e mais opções de acesso à informação. No entanto, os usuários se vêem com menos tempo para desfrutar de todas essas possibilidades, e conseqüentemente, necessitam de um filtro para essas informações. Assim, percebe-se a importância de um recurso que ofereça inúmeras possibilidades, e esteja acessível na palma da mão, ou, no caso, na ponta dos dedos.

Trata-se do telefone celular que, cada vez mais, tem se tornado um aparelho que oferece possibilidades que vão muito além de simplesmente funcionar como um intercomunicador portátil de voz. Segundo dados da Teleco, há no Brasil 159,6 milhões de linhas de celular. A densidade é, portanto, de 81,8 aparelhos para cada 100 habitantes. De acordo com dados da Nielsen Retail Index, obtidos no primeiro quadrimestre de 2009, os celulares vendidos no país atualmente oferecem, além da função de telefonia: acesso à Internet (74,2%), câmera fotográfica (61,9%), MP3 player (33,5%) e Vídeo Streaming (9%). Assim, vê-se a atualização das fabricantes de telefonia móvel, que reconhecem a importância que o aparelho assume na vida dos usuários, que buscam estar sempre conectados, independentemente da localidade.


O volume de assinaturas de serviços “3G”, ou seja, possibilidade de acesso à Internet banda larga por meio do telefone celular, já passa de 5 milhões no Brasil inteiro. Esse número já se aproximava em muito do volume de assinaturas de Televisão paga (6,6 milhões), em abril de 2009. Tal fato pode ser explicado: hoje em dia, a necessidade de se atualizar de maneira rápida e prática é eminente. E, obter essa possibilidade através de um recurso portátil é extremamente atraente para qualquer usuário.

Deve-se ressaltar também o papel desempenhado pelo recurso “Vídeo” presente em alguns telefones celular. Tal ferramenta pode inclusive mudar os hábitos de vida dos usuários, no que diz respeito a consumo de mídia. A televisão portátil, bem como os vídeos players presentes nos telefones celular permitem às pessoas assistir a programas de onde quer que elas estejam. Nos Estados Unidos, segundo dados da Nielsen, foram constatados 16,4 milhões de assinantes de mobile vídeo no terceiro quadrimestre de 2008. Foram listadas também as ocasiões de consumo de tais recursos: 59% dos entrevistados afirmam assistir a vídeos em seus celulares enquanto estão aguardando alguém, e 51% das pessoas o fazem durante viagens longas. Trata-se de uma mudança nos hábitos de consumo: hoje em dia, ações de comunicação já podem impactar diretamente os consumidores potenciais em ocasiões em que, há alguns anos, isso não seria possível. E o aparelho celular assume o papel primordial nessa evolução.

Além disso, essa mudança permitiu às operadoras de celular de implementar novas estratégias. A cada dado transmitido, ou baixado, para um celular, a operadora recebe uma parcela de lucro, conhecido como ARPU. Ou seja, cada segundo gasto na Internet gera receitas para a operadora de celular. Também passaram a ser oferecidos outros aplicativos pagos relacionados à geração de vídeos em celular, o que se revela como um importante fator para o negócio das operadoras, uma vez que se constituiu em um lucro extra, além da geração de sinal para telefone.



O Brasil, no entanto, ainda não adotou essa nova possibilidade com o mesmo afinco que outros países. Os mercados que ostentam maiores níveis de penetração em termos de mobile video são o norte-americano (5% em 2008), Canadá e França (4%, no mesmo período). Aqui, por outro lado, esse nível é de apenas 0,2%. O mesmo vale para a penetração da Internet móvel. No Brasil, esse nível é de apenas 2,6%, muito abaixo dos apresentados por EUA (15,6%) e Reino Unido (12,9%). Não assusta, portanto, o dado que mostra que apenas 19% dos usuários de telefone celular no Brasil se utilizam de recursos agregados, os chamados SVA. Entende-se por SVA qualquer serviço de valor agregado ao telefone, como ringtones, games, acesso a websites, mobile TV, entre outros. Desses 19%, a grande maioria é formada por jovens das Classes A/B e, principalmente C, o que constituiu um fator que merece destaque.

Dentre os SVA mais consumidos, listam-se os serviços multimedia (sobretudo músicas), websites e download de games. Percebe-se que, de todos os consumidores de SVA, apenas 3% assinam televisão móvel (dentre os assinantes de TV paga), e 1% (dentre os não-assinantes). Quanto ao conteúdo acessado, dentre os usuários que possuam TV por assinatura, existe uma maior variedade nos temas acessados na Internet por meio do telefone celular. Os principais assuntos procurados são Música (6,2%), Games (4,8%) e Entretenimento (3,2%). Percebe-se ainda, com base em dados de uma pesquisa Nielsen, que quase metade dos usuários veriam com bons olhos a integração de recursos relacionados a imagem em um próximo aparelho que possa ser adquirido. Tal fator pode ser encarado com uma enorme oportunidade para se realizar ações de comunicação na plataforma mobile, uma vez que facilita a veiculação da mensagem.

Conclui-se que as organizações podem obter enorme sucesso caso se aproveitem das possibilidades que a mídia móvel oferece. Os hábitos de consumo da população estão mudando, e grande parte dessa mudança se deve ao uso de recursos agregados aos telefones celular. Embora o Brasil ainda não tenha adotado os recursos oferecidos com tanta intensidade (sobretudo pelo preço praticado), percebe-se que a população está disposta a encarar os desafios para se utilizar das novas tecnologias.

Sabe-se que 80% dos usuários de telefone móvel no Brasil optam por um modelo pré-pago, que se baseia muito nos serviços de comunicação dos telefones. Há ainda a necessidade de a população se adaptar às novas tecnologias, vista a complexidade de sua utilização. Porém, caso os responsáveis pelas ações de comunicação que utilizam a plataforma mobile englobem serviços de qualidade, assegurem lealdade do cliente, sobretudo através da oferta de conteúdo diferenciado e adapte seu modelo de cobrança a esses novos serviços, é quase que certo o sucesso obtido a longo prazo, e um assentamento confortável na mente do consumidor.



Obrigado, e até a próxima!

Grupo 3 – CSOS6-E – Daniela Filippo Davi Basto, Diogo Rodrigues, Heitor Buchalla, Ricardo Moriyama

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