quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Palestra Sea Change - TV Interativa (CSOS6B)

Palestra: Sea Change
Palestrante: Martin Eckschmiedt

Para refrescar a memória dos que estavam presentes, a palestra realizada no dia 5 de outubro pelo representante da SeaChange International, líder de aplicações de software, serviços e soluções integradas para a gestão e rentabilização de Video on Demand (VOD), publicidade digital, e aquisição de conteúdo. Em parceria com a cabo e empresas líderes de telecomunicações e de radiodifusão, a SeaChange proporciona a geração de receitas, redução do desperdício de aplicações, serviços de mídia e a necessidade de operadoras de servidores de diferenciar as suas ofertas e fidelizar o cliente. Deixando de lado o linguajar empresarial, VOD proporciona a procura e seleção de programação televisiva, além do controle total das configurações do programa que se quer assistir, literalmente, no controle. Se você quer assistir um filme legendado, gravar, parar, adiantar, é só usar o controle remoto. Com VOD o assinante faz a grade de programação, mesmo que isso implique em uma programação composta de materiais de canais diferentes. Além disso, o assinante pode interagir com a operadora ao marcar suas preferências no menu que pode ser acessado a qualquer momento. Dessa forma, os provedores de conteúdo ficam sabendo o que seu público gosta e o que pode disponibilizar para que possa satisfazê-los. Esse foi o caso exposto na palestra da Discovery Channel, que ao saber que grande parte de sua audiência gostava de material relacionado à tubarões, e por isso fez a Semana do Tubarão, que todos devem imaginar do que se trata.


A crescente tendência do “consumidor no comando” só vem a fundamentar todas as informações e visões de negócios exibidas por Martin Eckschmiedt. Esse talvez seja o aspecto mais interessante de seu produto, pois acaba com a “escravidão” imposta ao telespectador por parte das emissoras. Cada um pode montar seu horário de acordo com disponibilidade e interesse. Parece pouco provável que alguém deseje assistir um grande Blockbuster às 8 e meia da manhã, mas com certeza existe alguém com essa necessidade. Ou então ter de esperar o final daquela novela mexicana dramática para assistir ao seu programa de entrevistas preferido. Com a oferta de VOD é colocado um ponto final na programação imutável. Salvo é claro programas, jogos e outros transmitidos ao vivo, mas esta acaba sendo apenas uma exceção frente à grande maioria de programas gravados, filmes e etc. Outra grande novidade comentada por ele foi a integração das 3 telas (TV, computador e celular), permitindo a transmissão ininterrupta de uma programação. Por exemplo: caso você comece a assistir um filme pouco tempo antes de ir trabalhar, você pode pedir que a transmissão seja direcionada ao seu celular e continuar assistindo no metrô, ônibus, táxi, no próprio trabalho (trabalhar pra quê?) ou outro que não seja necessária a atenção do usuário.


Tudo isso é muito lindo no papel e no Power Point, mas pegando um pouco de pessimismo na sacola e parando pra pensar, caso todas essas opções sejam seguidas e utilizadas exclusivamente, estaremos retrocedendo no tempo. A globalização que nos trouxe quantidades infinitas de informação, ao mesmo tempo, independente do local do mundo em que ocorram, teria seu fim. Imagine pessoas assistindo somente o que é exclusivamente de seu maior interesse. Um fã de futebol sendo saturado de jogos, debates e informações e não sendo capaz de opinar (ou até mesmo saber do que se trata) sobre o último escândalo no governo brasileiro (o fim destes casos não parece próximo), as propostas dos candidatos a presidência, o novo golpe de estado em país latino, o tsunami que devastou uma nova ilha do outro lado do mundo, e até questões ligadas ao seu dia a dia como aumento de impostos, novos projetos de lei, e etc. Estaríamos então caminhando para um “universo pessoal” cada vez mais individualizado, onde a informação importante é aquela que eu gosto de ver, e não a realidade? Sinceramente não creio que toda a população abandonará o mais valioso legado deixado pela internet e sua avalanche de conteúdo: a capacidade das pessoas de saberem sobre tudo e poderem ter sua própria opinião, e não alguma influenciada pelo âncora de topete com gel no telejornal líder do país ou do comentarista que aparece 1 vez por semana, falando muito, falando bonito, mas não falando nada, não falando ao povo e a grande massa para pensar, e sim o que pensar.


Outro ponto, talvez o mais importante pra nossa área, a publicidade. Ela ao mesmo tempo perde e ganha com VOD, pois Casas Bahia e companhia se encontrariam em um dilema: direcionar ou não direcionar a publicidade?
Isso mesmo, todos teriam que parar de atirar para todos os lados e acompanhar o seu público de perto, de acordo com o que cada um gosta, uma vez que, o assinante pode escolher se assiste ou não os comerciais. Por outro lado, a eficácia da publicidade seria maior, já que estaria falando diretamente com e na mesma língua do espectador, obviamente, se estivesse de acordo com suas preferências. Como esse assunto permite uma dissecação maior, principalmente por nós, comunicadores, deixamos para que todos teçam seus comentários sobre o assunto.


Abaixo segue um vídeo com partes da palestra:



Links Relacionados:

http://www.schange.com/ (Inglês)

http://en.wikipedia.org/wiki/Video_on_demand (Inglês)

http://www.reuters.com/article/pressRelease/idUS151332+15-Oct-2009+BW20091015 (Inglês)


(Grupo 6 - CSOS6B)
Caio Mattos
Diego Martins
Douglas Varizo
Gustavo Granata
Leandro Barreto
Marcelo Almeida

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